Os
professores planejam suas aulas com muitos conteúdos importantes e que são
avaliados de tempos em tempos. O problema é que, anos depois, pouco guardamos
na memória esses conteúdos muitas vezes exaustivamente estudados! E o porquê
disso? Na verdade, a nossa memória é seletiva. Guardamos aquilo que é relevante
para nós e a nossa vida. Isso quer dizer que muito dos conteúdos foram
decorados visando apenas as avaliações.
Por isso que a profissão de professor é desafiante! É uma profissão extremamente exigente, que envolve muita responsabilidade porque o maior objetivo é a formação de seres humanos e não apenas, passar conhecimentos. Atualmente, a nossa sociedade exige pessoas críticas e aptos a se relacionarem profissional e socialmente de forma eficaz. Assim, o(a) professor(a) deve ter habilidades diferentes tais como, criatividade, paciência, empatia e capacidade de observação sistêmica de seus alunos.
Infelizmente,
a maioria das escolas ainda tem uma política pedagógica focada mais no
desenvolvimento cognitivo de seus alunos do que em outras competências de
formação humana. Isso também é um desafio.
Assim, os
educadores devem se preparar estudando as teorias do desenvolvimento humano
para compreender seu principal cliente: os alunos. E uma delas é a teoria das
Inteligências Múltiplas, desenvolvida na década de 1980 por uma equipe
coordenada pelo psicólogo Howard Gardner, da Universidade de Harvard. O
objetivo da pesquisa era entender, analisar e descrever um conceito mais
moderno sobre a inteligência humana.
A pesquisa revelou que na verdade nós, os seres humanos,
temos inteligências múltiplas localizadas em áreas diversas da vida. Segundo Gardner, a
inteligência humana parece com um quebra-cabeça de nove peças relacionadas as
características das habilidades e talentos individuais de cada pessoa.
A
palavra inteligência significa “eleger ou escolher”. É a nossa capacidade de
fazer escolhas e decidir entre as diversas situações da vida. No passado, a principal teoria sobre a
inteligência era a de Alfred Binet, criador do teste de inteligência que media
o QI (quociente de inteligência). No entanto, esse teste limitava sua área de
atuação apenas à matemática e à linguagem.
As
inteligências pesquisadas por Gardner vão além dessas duas áreas ao abranger
nove áreas: linguística, lógico-matemática, espacial, pictórica, musical,
corporal-sinestésica, naturalista, interpessoal e intrapessoal. E todos temos
de forma individual, talentos para algumas delas.
Mas e como, essas habilidades são vivenciadas ou estudadas na
escola? Poucas o
fazem. Se focássemos em todos as áreas das inteligências múltiplas, o potencial
de aprendizado dos alunos seria muito maior!
Para
isso, os professores teriam que ser capacitados no desenvolvimento das
inteligências múltiplas, juntamente com os conteúdos das suas disciplinas.
Assim, as aulas seriam muito mais criativas, prazerosas e de interesse de
todos. O desafio é fazer os professores perceberem os nove domínios como
saberes interconectados, ou seja, segundo Gardner, esses saberes são
pontes para o aprendizado e desenvolvimento de todos de forma sistêmica.
Apesar
de Howard Gardner não ser pedagogo ou da área da educação, seus
estudos estão embasados na neurociência que muito tem ajudado a entender o
processo de aprendizagem em sala de aula. Principalmente, para fazer o
professor e professora parar e pensar: por que exigimos padrões iguais dos
alunos? Por que exigir o mesmo desempenho nas áreas onde os alunos não são tão
bons? Por que não tirar maior proveito daquilo onde cada um se destaca?
As respostas a essas perguntas nos levam
a descobrir meios de como ampliar essas possibilidades de aprendizagem. As aulas podem ser planejadas a partir das habilidades
presentes no eixo de interesse dos alunos. Com isso, teremos alunos mais
interessados, aprendendo melhor, participando, mas criativos e menos violentos.
Ao desenvolver um plano de
aula, o(a) professor(a) deve pensar em métodos que contemplem as diferentes
teorias de aprendizagem. As aulas tradicionais com lousa e exercícios de
fixação, não condizem mais com a realidade do século 21. Daí que se reforça a
importância de fazermos uso de diferentes instrumentos para o desenvolvimento
das diferentes inteligências humanas, usando algumas atividades conhecidas em
sala de aula, tais como:
- Jogos de tabuleiro e de grupos;
- Rodas de conversas para os alunos se expressarem;
- Filmes e vídeos diversos;
- Produções textuais;
- Resolução em grupo de situações-problema.
- Uso das linguagens da arte: música, dança, teatro, artes visuais.
As possibilidades são infinitas! Os professores só têm a
ganhar ao trabalhar usando a teoria das Inteligências Múltiplas.
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